Iscas novinhas na caixa escolhidas a dedo.
Varas e carretilhas prontas, nós bem atados.
Os companheiros animados depois de meses de espera por essa viagem.
Saímos no primeiro dia para buscar o nosso troféu, cheios de esperança e energia.
A água está lá, da mesma cor, na caixa do rio, sabemos que o peixe também está lá.
Lançamos a isca naquela estrutura linda, perfeita, onde temos certeza que mora um Tucunaré-Açu daqueles gigantes.
Arremessamos 10, 20, 100, 1000 vezes e nada.
O que se ouve é silêncio nos rios e lagos, parecem que não têm vida e o piloteiro falando: “É o repiquete!”
O peixe simplesmente para de comer, para de atacar as iscas, não se vê os “banzeiros”, não se escuta nenhum barulho nas águas dos lagos. Uma tristeza.
O período da seca na região de Barcelos vai de Agosto a Fevereiro, época excelente para pescar o Tucunaré-Açu.
Nesse período de seca, de tempos em tempos, alguns rios próximos a Barcelos ao invés de secar acabam enchendo por conta das chuvas fora de época nas cabeceiras dos afluentes e também das chuvas no Alto Rio Negro. É o repiquete!
Esse fenômeno é mais sensível nos afluentes pois possuem menor volume de água e menor leito, dessa forma, quando chove nas cabeceiras ele enche mais rápido, mas também quando seca, seca bem mais rápido, diminuindo o período de repiquete.
No Rio Negro o processo do repiquete é mais lento devido ao grande volume de águas. Durante o repiquete o Rio Negro sobe 2 a 5 cm por dia e mesmo assim…nada!
Um outro fator além das chuvas nas cabeceiras é o aumento exagerado dos últimos anos de queimadas na região de Barcelos. Tenho avistado ultimamente no Rio Negro e nos seus afluentes como o Aracá e o Demeni muitas áreas queimadas. Grandes áreas de selva amazônica simplesmente queimadas. Com a morte dessa vegetação, a absorção das águas das chuvas se torna menor o que prolonga o período do repiquete.
Mas por que o peixe não come?
Já conversei com muita gente sobre esse assunto e não há uma opinião unânime.
Algumas pessoas me disseram que com a chegada da nova água do repiquete esfria as águas dos rios e lagos e assim o Tucunaré diminui seu metabolismo e por isso não ataca nossas iscas.
Outras me disseram que o Tucunaré “sente” a água do repiquete e para de comer porque terá comida farta dentro do igapó, onde vai se abrigar.
Também escutei que o PH da água se altera drasticamente com a água do repiquete o que inibe o Tucunaré-Açu a buscar alimento.
Ou seja, ainda não temos um estudo científico comprovando porque o repiquete altera tanto o comportamento do Tucunaré-Açu, essas são algumas teorias, mas que eu acredito que sejam aceitáveis.
Como fugir do Repiquete e pegar bons tucunarés?
Não existe uma regra para fugir do repiquete, mas algumas dicas podem ajudá-lo nessa árdua tarefa.
A palavra chave para tentar enganar o repiquete é TRABALHO! Isso mesmo, não será uma tarefa fácil.
O que nos resta é torcer para que o repiquete não apareça bem na semana que programamos pescar em Barcelos. Se ele aparecer torça para que comece a secar ainda durante a sua semana de pesca.
Boa sorte, boa pescaria e sem repiquete!
Equipe Pro Tucuna
Repiquete: o que é e como fugir desse fenômeno.
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